Freios Automotivos - Troca de Pastilhas e Disco

O sistema de freio a disco é o mais utilizado atualmente em automóveis, caminhões e até mesmo em aviões e locomotivas. Neste sistema, durante a frenagem ocorre a transferência de peso do veículo do eixo traseiro para o dianteiro. Essa maior participação no eixo dianteiro exige também uma maior dissipação do calor gerado na frenagem pelo atrito entre pastilhas e discos. Pela sua característica construtiva, os discos conseguem dissipar rapidamente o calor porque grande parte de sua área está em contato com o ar exterior. Essa rápida dissipação de calor ajuda a recuperar a capacidade de frenagem após o uso contínuo.

Os discos giram entre as pinças, e ada pinça contém duas pastilhas formando uma espécie de “sanduíche”. Quando o pedal do freio é pressionado, a força hidráulica do fluido empurra os êmbolos das pinças contra as pastilhas e estas contra a seção do disco criando o atrito necessário para frenar seu movimento.


Quando a pressão no pedal é aliviada, os êmbolos se retraem com a ajuda do anel de vedação do êmbolo, que atua como uma espécie de mola, liberando a folga original entre as pastilhas e o disco, que volta a girar livremente. A folga entre o disco e as pastilhas se autoajusta à medida que as pastilhas se desgastam. Dependendo do projeto, a pinça pode ter um, dois, três ou quatro êmbolos, com carcaça fixa ou deslizante.


A pinça com carcaça fixa tem um êmbolo para cada pastilha. A pinça deslizante ou flutuante possui um único êmbolo para ambas as pastilhas e se movimenta sobre parafusos-guia ou superfícies usinadas.

 A troca das pastilhas é recomendada a cada 20 mil KM, e dentre as marcas de pastilhas que você pode encontrar disponíveis no mercado, temos:

ATE
BOSCH
COBREQ
FRASLE
KNORR
LONAFLEX
SYL
TRW

Obs. o novo Uno e no novo Palio utiliza-se as pastilhas ECO 1450

- À partir de 2009 os pistões passaram a ser fabricados em aço, deixando de ser fabricado em ferro fundido, e contando também com um novo sistema de molas de retorno do pistão, com molas presentes apenas no lado do pistão.

Sempre que substituir as pastilhas, faça a verificação das pinças, êmbolos, anéis de vedação, guarda-pó, molas e pinos deslizantes. Se estiverem gastos ou com sinais de corrosão, devem ser substituídos. Um êmbolo emperrado mantém a pastilha sempre encostada no disco, desgastando-a rapidamente, superaquecendo o freio, além de comprometer a trajetória do veículo durante a frenagem.

Na troca das pastilhas os discos devem ser medidos com micrômetro, e precisam ser substituídos sempre que atingirem a espessura mínima determinada pelo fabricante ou quando apresentarem trincas ou empenamento. Caso ainda haja uma tolerância nas medidas, pode-se fazer a retífica do disco, o chamado passe no disco, neste caso deve-se retirar a medida novamente para se certificar de que ainda está dentro da espessura mínima. 

Outra medida também muito importante é a do empeno máximo do conjunto disco/cubo/rolamento. Para fazer essa medição você vai precisar de um relógio comparador e uma base magnética.

Posicione a ponta de contato do relógio comparador cerca de 5mm abaixo da borda do disco de freio. Gire o disco vagarosamente e faça a leitura. Nos veículos leves a oscilação lateral do conjunto disco/cubo/rolamento não deve exceder 0,10mm. Se estiver acima dessa medida, remova o disco e coloque a ponta do relógio comparador na borda do cubo. Gire o cubo vagarosamente e faça a leitura. Se for maior que 0,04mm, pode ser que o cubo esteja empenado ou os rolamentos com folga excessiva. Faça as substituições necessárias para a correção do problema.

CUIDADOS IMPRESCINDÍVEIS:

• Terminada a retífica, ainda com o disco no torno, passe uma lixa de grana 150 para dar acabamento. Em seguida lave com água e sabão antes de instalar no veículo.

• Nunca retifique ou troque apenas um disco do carro.

• Ao remover o disco, prenda o flexível de freio com ferramenta adequada – pode ser um gancho feito de arame resistente. Isso impede que o flexível fique pendurado, evitando danos e vazamentos.

• Não se esqueça de limpar as faces de contato (assentamento) entre o disco de freio e o cubo com uma lixa para remover qualquer oxidação ou rebarbas.

• Tenha sempre as mãos bem limpas para não contaminar as pastilhas.

• Para discos novos, lave-os com desengraxante para remoção da película protetora.

NA TROCA DAS PASTILHAS:

Para facilitar o recuo do êmbolo, solte o parafuso sangrador cerca de 1/4 de volta e utilize uma espátula entre o disco e a pastilha. Não use chave de fenda ou tente empurrar o êmbolo perto do guarda-pó. Troque as pastilhas sempre nos dois lados do carro.

1º Remova a roda
2º Solte a mola de fixação do caliber
3º C/ a chave allen remova os dois pinos de fixação do caliber
4º Para recuar o pistão, abra o sangrador e faça a drenagem do fluido sujo que está no freio (se recuar o pistão e o sangrador estiver fechado, o fluído sujo contamina o fluído do cilindro mestre) para isso utilize uma chave poligonal aberta.
5º Tire a pinça de freio
6º faça a limpeza e substitua as pastilhas ....
(continua)

Para facilitar a montagem dos anéis de vedação dos reparos, lubrifique-os com o próprio fluido de freio. Nunca reutilize o fluido de freio já usado ou derivados de petróleo para limpeza.

Após a substituição de pastilhas e lonas, os freios não devem ser solicitados bruscamente durante os primeiros 300 km, essa é a quilometragem necessária para permitir o assentamento do material de atrito.

Fontes: Manual Nakata para sistemas de freios

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